23 de maio de 2007

Brasil




A primeira vez que pisei chão brasileiro foi em Outubro de 2003. Aterrei em Salvador da Bahia e senti-me profundamente emocionado. O Brasil está presente na minha vida desde sempre. Era pequeno e lia a “Seleções” brasileira, as fotonovelas “capricho” (Uau! A revista ainda existe!?!)e os quadrinhos da Abril e da Ebal com anúncios de bicicletes Caloi, do Guaraná Antártica, da Fanta (coisas exóticas que ainda não se bebiam em Portugal), e depois apareceram as novelas, a Gabriela, o Casarão, o Astro, Dancing Days...
Para já nem falar de toda a musica brasileira sempre muito presente na rádio…


Aquela sensação de ter atravessado o atlântico, desembarcar e ler as coisas nos cartazes em português abanou-me a sério. Talvez porque sempre que viajei para o estrangeiro foi para países com outra língua, ali não me senti estrangeiro (embora muito dos locais achassem que eu era Italiano por acharem "esquisito" o meu português…).

Quando voltei vinha atascado de música brasileira... Arruinei-me e comprei um montão de CDs da Fernanda Porto, Ithamara Koorax, Marina Lima, Maria Rita, Virgínia Rodrigues, Marcelo D2, Los Hermanos, Otto e, claro, Lenine.

Há um ano atrás assaltaram-me o carro e levaram-me um estojo com 30 CD’s , entre os quais todos estes… Agh!



Também comprei em Salvador nessa altura um ou dois CDs de antigas Divas da rádio, como a Elizeth Cardoso. Isto porque assisti a um fantástico espectáculo chamado “Ema toma Blues”. Num daqueles bairros interiores do pelourinho, um palco efémero é rodeado por vários restaurantes e bares em cujas esplanadas nos podemos sentar e jantar enquanto assistimos ao espectáculo. Estava uma noite deliciosa e Ema era uma Diva da rádio que foi ascendendo ao estrelato entre os anos 40 e 70, sucedendo-se a inevitável queda e o alcoolismo.
Um espectáculo fascinante contado na primeira pessoa, em que Ema interage um pouco com o público e recupera o reportório das cantigas da rádio brasileira desse período, acompanhada por um pianista e regando a coisa a copos…
Sublinhe-se, no entanto que Ema era interpretada por um actor… Parabéns a Divina Valéria

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